As estações do ano são definidas pelo movimento de translação da Terra. Normalmente, ao descrever o clima de uma região, convenciona-se dividir o ano em 4 trimestres. Dessa maneira, podemos definir as estações do ano no Hemisfério Sul como:
O Verão é caracterizado por dias mais longos que as noites. Ocorrem mudanças rápidas nas condições diárias do tempo que essas provocam ocorrência de pancadas de chuva rápidas e de forte intensidade, principalmente no período de maior aquecimento (à tarde). Observa-se também aumento nas temperaturas que favorecem à ocorrência de tempestades (chuva forte, raios e rajadas de vento), em particular nas Regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste do Brasil. Essas chuvas podem estar associadas a passagem de sistemas frontais e a formação do sistema meteorológico conhecido por Zona da Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) – banda de nebulosidade por no mínimo 4 dias que se estende do sul e leste da Amazônia até o sudoeste do Oceano Atlântico Sul e considerado principal mecanismo causador de chuvas significativas nas Regiões Sudeste, Sul, Centro-Oeste do Brasil.
Normalmente, neste período do ano tem-se uma redução significativa no volume de chuva sobre o Brasil Central, por isso temos já o princípio da estação seca, marcando o período de transição entre a estação chuvosa e a estação seca, com destaque para o semiárido nordestino e norte do estado de Minas Gerais. Durante essa estação, é comum já observar um ligeiro declínio das temperaturas médias e maior frequência de nevoeiros e registro de geadas em locais com elevadas altitudes das Regiões Sul e Sudeste do país. Os índices de umidade relativa do ar começam a diminuir e consequentemente já se observa formação de névoa seca, sobretudo, no período da tarde sobre os municípios situados mais ao Centro do país. Também, nesta época em resposta a maior incursão do ar úmido oriundo do oceano Atlântico Sul ocasionado pela circulação associada ao sistema de Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS) é comum maior cobertura de nebulosidade do tipo baixa (cuja altura da base se estende até 2 km), especialmente, sobre o leste mineiro, leste baiano, além do litoral do Rio de Janeiro e Espírito Santo.
Na estação do Inverno temperaturas são mais baixas, principalmente nas Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Nesta época é considerada a estação mais seca do ano, com destaque para a entrada de massas de ar frio que normalmente provocam declínio acentuado da temperatura e dependendo de sua trajetória e intensidade pode provocar geada em locais serranos. Também é possível observar inversões térmicas que causam nevoeiros e neblinas. Além da redução da visibilidade, outro fator importante é a baixa umidade relativa do ar, cujo valor pode atingir abaixo de 30% no período da tarde em boa parte do interior do Brasil, principalmente na área Central.
A estação da Primavera já pode observar mudança no regime de chuva e temperatura em boa parte do Brasil. Nas Regiões Centro-Oeste e Sudeste do país, as chuvas passam a ser mais intensas e frequentes, marcando o período de transição entre a estação seca e a estação chuvosa. Nesta estação, iniciam-se as pancadas de chuva no final da tarde e início da noite, devido ao aumento do calor e da umidade que se intensificam gradativamente no decorrer do período. Na Região Sul, nota-se, um aumento de ocorrência de raios e sistemas convectivos que normalmente provocam chuvas intensas em períodos relativamente curtos. Na maior parte da Região Nordeste do país, encontra-se na estação seca, exceto em áreas do oeste da Bahia, sul do Maranhão e sul do Piauí. No centro-sul do Norte do país, o período chuvoso inicia-se em meado de Outubro, com aumento das pancadas de chuva e raios. As temperaturas aumentam gradativamente em boa parte do país, principalmente no Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil. Porém, no início da estação podem ocorrer incursões de massas de ar frio que causa declínio da temperatura no centro-sul do país. Nas Regiões Nordeste e Norte do Brasil não há muita variação de temperatura ao longo do ano.